Foi na Belo Horizonte do final da década de 50 que surgiu a idéia de se
construir um novo clube na cidade voltado para a alta sociedade mineira. E não
deveria ser apenas um clube que reunisse as pessoas por castas, mas que se
tornasse conhecido nacionalmente pela sofisticação e importância social. Um
clube diferente de todos os demais inclusive no espaço físico e que garantisse
lazer, esporte e recreação de qualidade, sobretudo para os jovens.
A obra seria imponente e três grandes mestres assinaram os projetos: Oscar
Niemeyer, Roberto Burle Marx e Cândido Portinari. O local escolhido media 300
metros ao longo da Av. Otacílio Negrão de Lima, de frente para a Lagoa da
Pampulha e englobando uma área total de 44.000 metros quadrados. Um projeto
arrojado, de grandes proporções e que contou com o apoio dos principais
dirigentes da cidade e do Estado, o Governador José de Magalhães Pinto, o
Prefeito Aminthas de Barros e os vereadores da Câmara Municipal.
Tudo foi programado para oferecer um cenário grandioso e exuberante, a começar
pela piscina que, com cento e dois metros de extensão, até hoje é um dos
principais cartões postais do Clube. Niemeyer criou a forma insuperável, Burle
Marx utilizou mudas e flores de todo o mundo para criar um maravilhoso jardim e
Portinari enfeitou, com sua arte esplendorosa, o interior do salão de festas e o
cenário dos jardins, com o quadro “Frevo” e com um painel de azulejos intitulado
“Peixes”. O quadro, quando da fundação do PIC Cidade, foi removido da Pampulha e
instalado no hall principal do novo prédio, na rua Cláudio Manoel, Praça da
Liberdade.
A primeira diretoria que se responsabilizou pela administração na fase de
construção e instalação do PIC teve como presidente José Olímpio de Castro
Filho, então advogado do Banco da Lavoura que, com seus companheiros, deram a
primeira grande contribuição à causa hoje cinquentenária. O PIC foi inaugurado
dez meses após o início das obras, graças a um financiamento obtido junto ao
Banco da Lavoura, que foi garantido com o compromisso do Clube de autorizá-lo a
vender as primeiras cotas para resgatar o empréstimo.
Enquanto era deflagrada a campanha de venda de cotas, a cidade aguardava ansiosa
a inauguração do novo clube, que aconteceu em 26 de janeiro 1961 com a presença
de vinte mil pessoas, entre elas o então senador Juscelino Kubitscheck,
paraninfo da cerimônia. A grande atração da noite foi a presença dos atores
Grande Otelo e Anilza Leoni, que animaram uma festa de glamour e de beleza
ímpar. Por muitos dias os grandes jornais nacionais repetiram a notícia de que
"... foi inaugurado o maior e mais luxuoso clube do Brasil, o PIC.